A Síndrome de Papillon Lefevre ou Síndrome Palmoplantar associada à periodontopatia é uma síndrome rara de herança autossômica recessiva caracterizada por hiperqueratose na pele, doença periodontal severa, hipotricose, unhas frágeis, cabelos finos e esparsos.
Quanto às manifestações bucais de maior relevância, ocorre a reabsorção do osso alveolar levando a uma perda dentária, porém não há processo inflamatório periodontal clínico presente que justifique esse curso agressivo, mas ao exame histopatológico há inflamação em relação ao periodonto de sustentação.
A doença costuma se manifestar mais em adultos, porém quando se apresenta em crianças é mais agressiva. A sua fisiopatologia envolve fenômenos imunológicos como a alteração na quimiotaxia dos neutrófilos, levando a uma maior suscetibilidade a infecções.
O tratamento se fundamenta na instituição de procedimentos periodontais preventivos e terapêuticos, tais como instituição de higiene oral, utilização de colutórios bucais, tratamento periodontal adequado e encaminhamento ao Dermatologista para o tratamento das lesões cutâneas.
É importante que o cirurgião-dentista faça parte da equipe multidisciplinar que atenda pacientes acometidos por essa síndrome, por se tratar de uma doença com graves manifestações bucais.
Texto enviado pelo Dr. Luis Gustavo Amaral Aragão, Especialista em Odontologia Hospitalar e Pacientes com Necessidades Especial das Clínicas da FMUSP