sexta-feira, 26 de setembro de 2014

PERIODONTITE AGRESSIVA

As periodontites são doenças de etiologia multifatorial que envolvem biofilmes bacterianos e a geração de respostas inflamatórias, caracterizadas pela reabsorção óssea alveolar e perda de inserção dentária. De acordo com a Associação Americana de Periodontia, as periodontites são classificadas em: crônica, agressiva e como manifestação de doenças sistêmicas. A periodontite agressiva (PAg) é uma doença infecciosa relativamente rara e frequentemente grave, podendo se apresentar em qualquer grupo étnico e etário; acomete indivíduos clinicamente saudáveis, exceto pela presença da doença periodontal, caracterizando-se por rápida perda de inserção periodontal e destruição óssea. Considera-se que a velocidade de progressão da PAg depende de uma microbiota virulenta, associada a alterações na resposta do hospedeiro, com alterações nos padrões de liberação de citocinas e produção de anticorpos. A detecção de níveis elevados de determinadas citocinas e anticorpos em pacientes com PAg, assim como a percepção do padrão de agregação familiar da doença, sugerem que polimorfismos genéticos podem estar associados com a maior ou menor produção de citocinas e anticorpos importantes na patogênese da doença. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado parecem ser de importância fundamental para garantir um melhor prognóstico da doença.
Não existe um protocolo de tratamento largamente aceito para a PAg; as alternativas incluem orientação sobre higiene bucal, raspagem e alisamento radicular isolada ou juntamente com a administração de antibióticos sistêmicos, além da realização de procedimentos de acesso cirúrgico para instrumentação nas áreas com profundidade de sondagem maiores. Independente da técnica de tratamento, a manutenção periodontal periódica é uma etapa fundamental para a prevenção de recorrências, assim como a adesão do paciente, que deve ser estimulado a seguir todas as instruções de higiene oral e a comparecer às consultas de acompanhamento, possibilitando o sucesso do tratamento em longo prazo.



Texto retirado do Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção de graduação em Odontologia (UFC), do aluno Jefferson Melo, orientado pela Profa. Mônica Studart.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

UMA ANÁLISE DOS MATERIAIS USADOS EM CIRURGIAS DE LEVANTAMENTO DE SEIO MAXILAR

A altura óssea insuficiente na maxila posterior atrófica pode prejudicar a reabilitação com implantes dentários. Dessa forma, o levantamento de seio é indicado, visando obter um aumento da altura óssea nessa região. Vários materiais podem ser utilizados nesse procedimento, tais como os enxertos autógenos, homógenos, xenógenos e aloplásticos. Foi realizada uma revisão acerca da eficácia dos diversos enxertos utilizados em cirurgia de levantamento do seio maxilar. Para tal, foi feita uma busca nas bases de dados PubMed e BVS (Biblioteca Virtual de Saúde) utilizando-se os descritores (inglês/português) “levantamento de seio maxilar”, “transplante ósseo” e “implantes dentários”. Foram incluídos ensaios clínicos e ensaios clínicos randomizados, revisões de literatura, casos clínicos e artigos clássicos publicados nos últimos dez anos. Foi verificado que os enxertos autógenos, ou seja, aqueles obtidos do próprio indivíduo, são considerados padrão-ouro, devido à capacidade de promover osteogênese, osteoindução e osteocondução. Os enxertos homógenos, também considerados transplantes, e os xenógenos, oriundos de outras espécies, são também ótimas opções para enxertia do seio, promovendo neoformação óssea adequada na região. Em comparação com os demais, os materiais de enxertia chamados aloplásticos apresentam resultados um pouco inferiores, porém, também podem ser utilizados com segurança. Conclui-se que o levantamento do seio maxilar previamente a reabilitação com implantes é um procedimento seguro e eficaz, sendo indicado quando a altura óssea existente impede a instalação de implantes, mesmo aqueles de dimensões reduzidas, os chamados implantes curtos. Após a enxertia, existe a possibilidade de colocarmos implantes de maior comprimento, o que favorece a reabilitação osseointegrada. 


Texto oriundo do Trabalho de Conclusão de Curso da Dra. Marília de Carvalho Rolim, sob a Orientação da Profa. Mônica Studart - FFOE/UFC