sexta-feira, 28 de março de 2014

QUAL A RELAÇÃO ENTRE ODONTOLOGIA E ESPORTE?


A noção de que infecções orais podem ter influência na saúde sistêmica não é um assunto tão atual. Em 1900, o médico inglês Williams Hunter introduziu o termo septicemia oral relacionando um grande número de patologias com infecções de origem oral. Entretanto, foi em 1916 que Frank Billings postulou a mais importante descrição da teoria da Infecção Focal. É sabido de todos que as bactérias presentes na cavidade oral podem ocasionar as duas principais patologias orais: a cárie dentária e a doença periodontal. O trabalho realizado em 1989 por pesquisadores finlandeses relacionando as más condições da saúde dentária ao infarto agudo do miocárdio foi o marco do retorno da teoria da infecção focal às pesquisas na Odontologia, demonstrando a forte relação entre infecções orais e manifestações sistêmicas. As pesquisas em Periodontia seguiram relacionando as periodontites ao nascimento de crianças prematuras e com baixo peso ao nascer, pneumonias, doenças renais crônicas e diabetes melito. Dessa forma, a teoria da infecção focal é retomada com novos conceitos. Toda essa relação descrita entre alterações sistêmicas e infecções periodontais sustentam a possibilidade da performance e saúde do atleta serem afetados por estas, principalmente se levarmos em consideração a ação direta e/ou indireta dos microrganismos em lesões musculoesqueléticas, frequentes em esportistas. Isso justifica a necessidade de o atleta estar sempre cuidando de sua saúde oral, visto que são os detalhes que definem um campeão. Apesar de termos raros estudos relacionados ao tema, a teoria da Infecção Focal, por si só, já justifica a necessidade de pesquisas.



Texto escrito pelo Dr. Danilo Lopes Ferreira Lima, Mestre em Periodontia (UCCB) e Prof. Adjunto do Curso de Odontologia da UNIFOR

quinta-feira, 27 de março de 2014

O USO DO ÓXIDO NITROSO EM ODONTOLOGIA

Muitas pessoas deixam de buscar o tratamento odontológico por medo. É o famoso “medo de dentista”. Na verdade, quase todos têm esse medo, uns mais do que outros. Assim, a sedação por óxido nitroso é um excelente recurso utilizado no tratamento de pacientes em geral, principalmente diabéticos, cardíacos, crianças, epiléticos, etc. A principal vantagem desse método de sedação é ser extremamente seguro quando realizado por profissional habilitado. Não há risco de morte, pois não há interferência na região do cérebro que controla a respiração. O percentual mínimo de oxigênio ofertado na mistura é de 30%, ou seja, bastante superior aos 21% disponíveis no ar atmosférico. Após o término da administração, o gás evapora totalmente, portanto, não há ressaca. O paciente vai para casa já sem o efeito da sedação, podendo dirigir normalmente, com todos os reflexos normais. Não há perda da consciência, possibilitando uma completa interação do paciente com o profissional, com respostas às perguntas necessárias durante o procedimento odontológico realizado. É uma técnica titulável, ou seja, podemos interferir na concentração do gás no decorrer da aplicação, adequando a dose ao efeito do gás em cada paciente. Não existem contraindicações absolutas ao uso do óxido nitroso, mas sim, relativas. Aqui deixo uma pergunta: quais seriam essas contraindicações relativas?



Texto escrito pelo Dr. Silvio Ramos Evangelista, especialista em Ortodontia, Pós-graduado em Implantodontia e Habilitado em Sedação por N2O

quarta-feira, 26 de março de 2014

RUI OPPERMANN E WELLINGTON BONACHELA EM FORTALEZA

Nos dias 01 e 02 de maio de 2014, a Academia Cearense de Odontologia promoverá  o Encontro das Academias de Odontologia do Brasil e a IV Jornada Cearense de Odontologia.

O curso de Implantodontia será ministrado no dia 01 pelo Prof. Wellington Bonachela, sobre o tema: Estética gengival em próteses sobre dentes naturais e sobre implantes. Importante para quem deseja ter pacientes com requisitos estéticos atingidos.

E no dia 02,  o Prof. Rui Vicente Oppermann ministrará um Curso de Periodontia, com o título: a Periodontia como fundamento da prática clínica. Neste caso, o curso destina-se a todos os profissionais, pois a especialidade tem um papel importante em todas as áreas de atuação do dentista.

Maiores informações podem ser obtidas através do site:www.aco.org.br/



ASPECTOS PERIODONTAIS APLICADOS À IMPLANTODONTIA

No passado recente da Implantodontia, acreditava-se que a obtenção da excelência em resultados estéticos restringia-se ao uso de técnicas e manobras cirúrgicas no momento da implantação. Em muitos casos nos quais deficiências teciduais não eram corrigidas previamente, ocorriam resultados estéticos insatisfatórios.

Atualmente, com a alta demanda por estética dos pacientes e o expressivo avanço tecnológico na área de materiais odontológicos, torna-se necessário um planejamento criterioso na área a ser implantada para obtenção de resultados estéticos previsíveis. Isto requer da Implantodontia cada vez mais conhecimentos na área da Periodontia e sua relação com a Prótese e Ortodontia. O conhecimento especializado das condições funcionais, morfológicas e biológicas é o ponto de partida para que se possa realizar um tratamento adequado.

 O exame clínico periodontal prévio à reabilitação com implantes, seja em áreas dentadas ou edêntulas, é de fundamental importância para a escolha da técnica cirúrgica a ser realizada no planejamento implanto-protético. Em áreas dentadas, o exame consiste em: diagnosticar o biotipo periodontal e o conhecimento das suas diferentes respostas cicatriciais; na arquitetura gengival, a avaliação da quantidade de gengiva inserida presente, o contorno dento-gengival (zênite gengival) e recessões gengivais presentes; altura e espessura óssea, a altura da crista óssea em relação ao ponto de contacto dentário e a presença das papilas gengivais. Em áreas edêntulas, avaliação dos defeitos verticais (altura) e horizontais (espessura), e a necessidade de reconstrução óssea prévia à colocação de implantes.

Nos casos de trauma dentário anterior causado por fraturas ou trincas, é imprescindível, além do diagnóstico precoce, a avaliação da quantidade de reabsorção da parede óssea vestibular, a altura do remanescente ósseo apical e a espessura da parede palatina, fatores essenciais para o planejamento cirúrgico, o qual poderá necessitar de técnicas de enxertia óssea complementares.

 A reconstrução óssea através dos enxertos e a regeneração óssea guiada (ROG) são técnicas cirúrgicas que exigem do profissional conhecimento da biologia óssea, treinamento adequado e obtenção de uma curva de aprendizado para a sua execução. É importante ressaltar a importância do elemento protético provisório para a manutencão da arquitetura gengival ou condicionamento gengival posterior à cirurgia, o qual deverá permitir o controle do biofilme, saúde peri-implantar  e bem-estar do paciente.

Por onde começar? Como fazer? Quanto tempo? Quais os resultados? Estas são perguntas que desafiam o profissional e o levam a uma busca incessante de conhecimento e interação com outras áreas da Odontologia a fim de obter resultados estéticos cada vez mais previsíveis.



Texto escrito pela Dra. Germana Maria Cavalcante Feitosa , especialista em Periodontia (ACO) e Implantodontia (HGeF)

terça-feira, 25 de março de 2014

O RECONHECIMENTO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS

As doenças periodontais, em sua maioria, caracterizam-se por serem silenciosas. Por isso, o paciente raramente busca o cirurgião-dentista reclamando de problemas na gengiva. É papel, portanto, do profissional, o diagnóstico de tais afecções. Como reconhecer, então, a presença de doenças periodontais e a necessidade de tratamento periodontal? A avaliação clínica periodontal consiste em exames destinados ao diagnóstico de doenças que acometem os periodontos de proteção (gengivites) e de sustentação (periodontites), evidenciadas pela presença de sangramento marginal ou à sondagem, sem ou com perda de inserção respectivamente. Essa perda de inserção é percebida por recessões gengivais e/ou formação de bolsas periodontais, detectadas pelo aumento da profundidade de sondagem. O exame periodontal envolve, também, avaliações acerca da mobilidade dentária e o envolvimento de furca. O famoso “trio” presente nas bandejas de exame odontológico deve então receber uma sonda periodontal, para que o periodonto do paciente seja frequentemente avaliadoo. O profissional pode, ainda, utilizar exames de imagens para auxiliar no diagnóstico das doenças periodontais.  Assim, quais seriam as melhores técnicas radiográficas? A tomografia também seria útil à Peridontia? Estas são questões a serem respondidas.

Texto escrito por Iracema Melo, especialista em Periodontia (ACO) e Mestre em  Clínica Odontológica/Periodontia (UFC).

quarta-feira, 19 de março de 2014

PERIODONTIA E MERCADO DE TRABALHO


A especialidade Periodontia, que trata de alterações e doenças no periodonto de proteção (gengivas) e de sustentação (osso e ligamento), vem ganhando um espaço cada vez maior dentro da Odontologia.  A expectativa de vida mundial e brasileira aumentou e, com isto, os dentes são mantidos por mais tempo na cavidade bucal, quer seja naturalmente ou conservados devido  a procedimentos endodônticos e restauradores realizados.  Atualmente, podemos observar idosos com todos ou com um grande número de dentes. Porém, quando não há um controle adequado da colonização microbiana, esses dentes podem ter o periodonto acometido por infecções como gengivites e periodontites.

 A alta prevalência das doenças periodontais exige do dentista uma atuação no sentido de diagnóstico e tratamento precoce, para diminuir a ocorrência de indivíduos que, ao receberem a notícia de um prognóstico ruim, ou seja, a necessidade de exodontia, questionam: POR QUE MEU DENTISTA NUNCA FALOU QUE EU TINHA PERIODONTITE?

Para evitar essa situação, é importante que o profissional realize um exame periodontal. Qual exame? Quando realizar? Estas são questões a serem respondidas.

Assim, julgamos que a Periodontia é a especialidade da ATUALIDADE e do FUTURO da Odontologia.








Dr.ª Mônica Studart 
Doutora em Periodontia (Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP)
Professora Adjunta da Universidade Federal do Ceará