No passado recente da Implantodontia, acreditava-se que a obtenção da excelência em resultados estéticos restringia-se ao uso de técnicas e manobras cirúrgicas no momento da implantação. Em muitos casos nos quais deficiências teciduais não eram corrigidas previamente, ocorriam resultados estéticos insatisfatórios.
Atualmente, com a alta demanda por estética dos pacientes e o expressivo avanço tecnológico na área de materiais odontológicos, torna-se necessário um planejamento criterioso na área a ser implantada para obtenção de resultados estéticos previsíveis. Isto requer da Implantodontia cada vez mais conhecimentos na área da Periodontia e sua relação com a Prótese e Ortodontia. O conhecimento especializado das condições funcionais, morfológicas e biológicas é o ponto de partida para que se possa realizar um tratamento adequado.
O exame clínico periodontal prévio à reabilitação com implantes, seja em áreas dentadas ou edêntulas, é de fundamental importância para a escolha da técnica cirúrgica a ser realizada no planejamento implanto-protético. Em áreas dentadas, o exame consiste em: diagnosticar o biotipo periodontal e o conhecimento das suas diferentes respostas cicatriciais; na arquitetura gengival, a avaliação da quantidade de gengiva inserida presente, o contorno dento-gengival (zênite gengival) e recessões gengivais presentes; altura e espessura óssea, a altura da crista óssea em relação ao ponto de contacto dentário e a presença das papilas gengivais. Em áreas edêntulas, avaliação dos defeitos verticais (altura) e horizontais (espessura), e a necessidade de reconstrução óssea prévia à colocação de implantes.
Nos casos de trauma dentário anterior causado por fraturas ou trincas, é imprescindível, além do diagnóstico precoce, a avaliação da quantidade de reabsorção da parede óssea vestibular, a altura do remanescente ósseo apical e a espessura da parede palatina, fatores essenciais para o planejamento cirúrgico, o qual poderá necessitar de técnicas de enxertia óssea complementares.
A reconstrução óssea através dos enxertos e a regeneração óssea guiada (ROG) são técnicas cirúrgicas que exigem do profissional conhecimento da biologia óssea, treinamento adequado e obtenção de uma curva de aprendizado para a sua execução. É importante ressaltar a importância do elemento protético provisório para a manutencão da arquitetura gengival ou condicionamento gengival posterior à cirurgia, o qual deverá permitir o controle do biofilme, saúde peri-implantar e bem-estar do paciente.
Por onde começar? Como fazer? Quanto tempo? Quais os resultados? Estas são perguntas que desafiam o profissional e o levam a uma busca incessante de conhecimento e interação com outras áreas da Odontologia a fim de obter resultados estéticos cada vez mais previsíveis.
Texto escrito pela Dra. Germana Maria Cavalcante Feitosa , especialista em Periodontia (ACO) e Implantodontia (HGeF)
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