O aumento da mobilidade dentária é um dos motivos mais considerados para a indicação de exodontias. É necessário que saibamos as principais causas para que possamos usar melhor esse critério, já que em algumas situações a mobilidade é reversível e em outras, não. Como causas mais frequentes, podemos citar: a perda óssea periodontal, as lesões periapicais de origem endodôntica e o contato oclusal inadequado, com prematuridades ou interferências.
Lesões periapicais podem ser visíveis em radiografias periapicais e, após a neoformação óssea advinda do tratamento endodôntico, a mobilidade pode retornar a níveis normais. Em relação a contatos oclusais inadequados, após a correção do fator etiológico (posição dentária inadequada, restaurações com contatos oclusais inadequados) provavelmente também ocorrerá a resolução da mobilidade.
Por motivos periodontais, um dente fica “mole” quando o suporte ósseo remanescente é insuficiente para uma carga oclusal normal, ou seja, não necessariamente há contato prematuro. Nessa situação temos então o trauma oclusal secundário. Apenas quando o dente se movimenta no sentido de intrusão, o prognóstico torna-se desfavorável a ponto de indicarmos a exodontia. Em outras condições de mobilidade no sentido horizontal, o tratamento periodontal poderá auxiliar na manutenção do dente, pois mesmo que não haja diminuição da mobilidade, o dente pode permanecer se não houver progressão desse quadro clínico.
Outro dado importante a ser considerado é a necessidade de reabilitação protética e o uso de dentes com mobilidade como pilares. Nessas situações, devem ser apresentados para o paciente pelo menos dois planejamentos, com ou sem a realização das exodontias, e a explicitação das vantagens e desvantagens de cada um, para que o próprio paciente possa contribuir e optar por aquele que mais o satisfaz.
Assim, antes de realizar exodontias com base apenas na presença de um sinal clínico, o profissional deverá analisar a causa, a possibilidade de melhora e incluir o paciente na tomada de decisões. O diagnóstico correto é essencial para a realização de um plano de tratamento adequado.
Texto produzido pela Profa. Mônica Studart, Mestre e Doutora em Periodontia e Professora das Disciplinas de Periodontia e Implantodontia da UFC