terça-feira, 29 de abril de 2014

UTILIZAÇÃO DO OXÍMETRO PELO DENTISTA

Para o atendimento odontológico a pacientes que apresentam condições sistêmicas alteradas, alguns exames prévios devem ser realizados, associados a condições cardiovasculares, como a aferição da pressão arterial sistêmica e a determinação da frequência cardíaca e paramêtros respiratórios, como o nível de hemoglobina ligada ao oxigênio.

O oxímetro é um aparelho instalado no dedo do paciente que auxilia o profissional nessas medições, marcando a frequência de pulso em batimentos por minuto e exibindo no monitor a porcentagem de hemoglobina arterial na configuração de oxiemoglobina, registrada como saturação periférica de oxigênio (SpO2).

Quando associado a um esfignomanômetro, o oxímetro se torna mais útil ainda, pois o paciente permanecerá com o aparelho instalado também no braço, permitindo o controle da pressão durante todo o atendimento odontológico, ao simples toque de um botão.

Recurso indispensável para profissionais que atendem sob sedação medicamentosa ou inalatória, pode ser utilizado em outras circunstâncias clínicas, favorecendo a prática odontológica.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES PERIODONTAIS E CONDIÇÕES SISTÊMICAS

Diversas condições sistêmicas podem apresentar alterações periodontais significantes, porém, é digno de nota que o tratamento imunossupressor com ciclosporina, frequentemente utilizada em pacientes pós-transplante de órgãos sólidos a fim de evitar sua rejeição, promove relevante hiperplasia gengival. A ciclosporina aumenta a sensibilidade dos tecidos gengivais a estímulos inflamatórios, e fatores de risco mínimos, como leve acúmulo de placa, são capazes de estimular fibroblastos da papila interdental a se proliferarem como um mecanismo de defesa patologicamente exacerbado. A hiperplasia dificulta a higiene oral a qual potencializa a reação levando a aumento da hiperplasia, sendo necessária adequação rigorosa do meio oral e cirurgias corretivas. Além disso, esses imunossupressores aumentam o risco de infecção local, o que torna a doença periodontal um fator de risco à perda do transplante. A interrupção ou substituição do fármaco é, na maioria das vezes, impossível e, assim, faz-se indispensável um acompanhamento multidisciplinar do paciente. Aproveitando o momento, professor Diego Esses, como proceder na reabilitação por implantes em pacientes imunologicamente comprometidos?

Texto escrito pelo Dr. Paulo Goberlânio de Barros SilvaMestre em Odontologia (Estomatologia) - UFC e Professor de Processos Patológicos Bucais - Faculdade Católica Rainha do Sertão


terça-feira, 22 de abril de 2014

USO DE FIO RETRATOR GENGIVAL

 Estética, qualidade e longevidade de um trabalho protético são fatores que dependem da precisão, obediência às normas oclusais, fidelidade na adaptação ao preparo dentário, facilidade de higienização do local e também da ausência de efeitos secundários periodontais.

            Para tanto, o protesista deve estar atento ao limite cervical dos preparos dos dentes que receberão próteses, que deverão ter como referência a margem gengival, realizando um preparo supragengival e assim facilitando a moldagem, a visualização do término do preparo, uma  melhor adaptação protética e uma boa manutenção periodontal. No entanto, em algumas situações nas quais a estética é um fator relevante, o profissional se vê obrigado a localizar o término do preparo em região intra-sulcular ou subgengival, o que pode levar a situações de agressão periodontal.

            Levando em consideração esses fatores, é importante que o protesista realize bons preparos dos dentes e uma moldagem com a máxima fidelidade possível para que o técnico tenha condições de executar um trabalho com excelente estética e com adaptação perfeita, de forma a facilitar a manutenção da saúde periodontal.

            Existem várias técnicas de moldagem com excelentes resultados. Entre elas, estão as que utilizam o procedimento de afastamento gengival, que pode ser realizado com o uso de fios  retratores gengivais, embebidos ou não em drogas (adstringentes, cauterizadoras ou vasoconstritoras), que possuem várias espessuras ou diâmetros e que são escolhidos de acordo com o espaço existente no sulco gengival.

       A utilização desses fios, tanto no momento de acabamento de preparos como na moldagem propriamente dita, deve ser criteriosa em relação à escolha da espessura adequada e à sua inserção no sulco gengival, sem anestesia, preferencialmente, pois a dor servirá como referência na inserção, evitando o trauma e o rompimento das fibras periodontais. O instrumento de inserção do fio tem que ser adequado para esse procedimento, evitando-se espátula muito grossa, o que impossibilita a adequada inserção, ou muito fina, podendo causar descolamento do epitélio juncional. Outro fator importante a se considerar é o momento da sua remoção do sulco gengival, que deverá ser executada com o fio umedecido para evitar danos à mucosa intra-sulcular e consequentemente sangramento, o que pode interferir na qualidade da moldagem e/ou causar lesões ao tecido periodontal.

           Apesar de ser uma ótima ferramenta para a proteção da gengiva durante o acabamento dos preparos e para a obtenção de uma moldagem excelente, o trauma mecânico que o uso de fios de afastamento gengival pode causar e o trauma químico causado pelo uso exagerado dessas drogas utilizadas para embeber o fio podem provocar recessões gengivais, comprometendo a saúde periodontal e a estética final da prótese.

            Apesar dessas desvantagens, o fio retrator gengival continua sendo uma excelente ferramenta que o protesista tem em seu arsenal de trabalho e, utilizado de forma adequada e criteriosa, tem resultados animadores, desde que se use o bom senso.

Texto escrito pelo Dr. Cláudio Fernandes, Especialista em Prótese (UNICASTELO) e Implantodontia (ACO), Mestre e Doutor em Clínica Odontógica (UFC).





quarta-feira, 16 de abril de 2014

DSD – PLANEJAMENTO VIRTUAL DO SORRISO

Atualmente, com as técnicas de padronização fotográfica e recursos computadorizados, criou-se uma nova técnica de diagnóstico do sorriso, onde os dentistas especializados em estética podem criar um novo modelo para o sorriso e prová-lo na boca do paciente, antes do tratamento iniciar.

Com este tipo de diagnóstico, denominado mock-up, os tratamentos dentários em regiões que envolvem a aparência do sorriso podem tornar-se previsíveis, além de permitir uma maior interação entre o profissional e o paciente, que pode contribuir mais ativamente na decisão sobre cor, forma, transparência e contornos, que eram até então decididos principalmente pelo dentista.

Neste novo protocolo de trabalho, também é permitido ao paciente averiguar a amplitude do tratamento no que se refere a desgastes dentais, tempo de tratamento e resultados, obtendo assim uma melhor compreensão do que está sendo realizado na boca.

Consideramos que esta ferramenta consegue favorecer a comunicação entre o dentista, o paciente e o protético, tornando o resultado do tratamento mais favorável.


DSD - DIGITAL SMILE DESIGN





Texto escrito pelo Prof. André Soratto, Mestre em Implantodontia-UNISA e Coordenador dos Cursos de Especialização em Implantodontia-ACO/HGeF

sexta-feira, 11 de abril de 2014

USO DAS TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS NO DIAGNÓSTICO PERIODONTAL

Desde a descoberta dos raios X por Roentgen, em 1895, os exames radiográficos vêm sendo requisitados frequentemente em Odontologia, sendo aperfeiçoados pelo desenvolvimento de novas técnicas, como a Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC).  Lendo o comentário que a Profa. Iracema deixou no blog, podemos nos perguntar: “Será que a Tomografia Computadorizada substitui a radiografia periapical no diagnóstico das doenças periodontais?” De fato, é incontestável a valiosa contribuição que os exames tomográficos trouxeram para o campo do processo diagnóstico, notoriamente, a TCFC. As imagens bidimensionais, como as radiografias periapicais, podem comprometer a qualidade da avaliação realizada pelo odontólogo em virtude da sobreposição das estruturas, ao passo que a tomografia permite a obtenção de um corte de determinada região sem o inconveniente da superposição de imagens.

Mas muita calma nessa hora... “Será que os exames convencionais foram superados pelos atuais, como no caso da TCFC?” Mesmo apresentando todas essas vantagens, as radiografias periapicais e interproximais não devem ser esquecidas, principalmente porque em muitas situações há sérias dificuldades financeiras por parte dos pacientes para se obter um exame tomográfico.

Conversando com um colega durante uma palestra voltada para acadêmicos, o referido cirurgião-dentista justificou a solicitação de um exame tomográfico para diagnóstico e plano de tratamento periodontal por considerar a radiografia periapical um exame de “baixa qualidade” quando comparado à tomografia. Nesse ponto, é importante salientarmos que a “qualidade” dos exames convencionais se deve, em parte, a fatores associados (1) ao operador, no caso, uma técnica corretamente realizada, respeitando-se os princípios de correto posicionamento do paciente e angulações vertical e horizontal na tomada periapical com o método da bissetriz, ou o correto uso do posicionador radiográfico quando da escolha do método do paralelismo e (2) ao processamento radiográfico, o qual se refere ao uso de soluções químicas dentro do prazo de validade, acondicionadas corretamente e principalmente em estado de uso adequado (não degradadas/exauridas).

Dessa forma, o cirurgião-dentista necessita pesar bem o custo-benefício relativo à solicitação de um exame tomográfico, muito embora este possa ser indicado para uma melhor investigação de determinadas condições, tais como patologias sistêmicas com envolvimento periodontal. Partindo desse gancho, fica um ponto que pode ser melhor explorado no blog: “Que exemplo de condição sistêmica pode apresentar um importante componente periodontal, e como esta se manifesta?” Professor Paulo Goberlânio, responda aí...



Texto produzido pelo Dr. Fábio Wildson Gurgel Costa, Mestre e Doutor em Odontologia-UFC e Professor das Disciplinas de Radiologia e Clínica Integrada-UFC




domingo, 6 de abril de 2014

A NECESSIDADE DE TRATAMENTO PERIODONTAL NA POPULAÇÃO

“As doenças cárie e periodontal são as que mais se destacam na Odontologia brasileira e mundial. Dados encontrados no Projeto SB Brasil 2010 revelaram que, segundo a classificação adotada pela OMS, o Brasil saiu de uma condição de média prevalência de cárie em 2003 (CPO-D entre 2,7 e 4,4) para uma condição de baixa prevalência em 2010 (CPO-D entre 1,2 e 2,6).

No âmbito referente às condições periodontais, observa-se que a doença periodontal aumenta com a idade. Os resultados do SB Brasil 2010 mostraram que aos 12 anos a condição de saúde periodontal, segundo o Índice Periodontal Comunitário-CPI, é encontrada em 62,9% da dentição. Entre 15 e 19 anos, apenas 50,9% dos dentes apresentam-se sem doença periodontal e na faixa correspondente à população adulta, de 35 a 44 anos, somente 17, 8% da dentição encontram-se hígidas. Na população idosa, de 65 a 74 anos, 1,8% dos dentes estão saudáveis do ponto de vista periodontal.”



OBS: Os dados foram retirados do TCC da Cirurgiã-Dentista Jamila Rolim (2013.2), orientada pela Professora Doutora Rosimary de Sousa Carvalho/Odontologia/UFC


Texto escrito pela Dra. Rosimary de Sousa CarvalhoProfessora Associada II da Disciplina de Periodontia da Universidade Federal do Ceará.


sexta-feira, 4 de abril de 2014

UTILIZAÇÃO DA SEDAÇÃO POR OXIGÊNIO/ÓXIDO NITROSO EM ODONTOPEDIATRIA

Crianças que serão submetidas a tratamentos de ordem dentária geralmente têm muitas expectativas com relação à dor, o que provoca sentimentos bastante explorados em Odontopediatria, como o medo e a ansiedade. Para tanto, existem métodos de controle destas condições. Dentre eles, destaca-se a sedação, método farmacológico administrado por via inalatória, no qual o paciente mantém sua atividade funcional reduzida. Essa técnica é utilizada em Odontopediatria principalmente para se conseguir proporcionar qualidade de tratamento de forma tranquila e segura, sem ações comportamentais extremas dos pacientes, sendo indicada principalmente para crianças com ansiedade moderada, como forma de preparação psicológica, minimizando possíveis traumas.

Como citado anteriormente pelo Dr. Silvio Ramos, via de regra, não existem contraindicações absolutas para o uso desse tipo de sedação. Porém, a literatura vem relatando que pacientes com resfriados e inflamações frequentes nas tonsilas, com obstrução das vias aéreas superiores, portadores de doenças neuromusculares, que estão sob quimioterapia com uso de bleomicina ou que utilizam medicações psicotrópicas não devem ser submetidos a esse procedimento. Fica também inviabilizado o uso dessa técnica sedativa em pacientes com problemas comportamentais e/ou distúrbios psicóticos que não aceitem/possibilitem o uso da máscara nasal.

Podemos concluir que a técnica é segura para o atendimento a crianças e adolescentes com algumas dificuldades de comportamento no consultório odontológico, geradas pela ansiedade.


Texto escrito pelo Dr. Pedro Rebouças, formado pela UFC e Mestrando em Odontologia, ênfase em Odontopediatria – FOP/UNICAMP




quarta-feira, 2 de abril de 2014

QUAL O MELHOR DENTIFRÍCIO?

Essa é uma das perguntas mais frequentes em um consultório odontológico, feita pelos pacientes que recebem diariamente várias informações veiculadas pela mídia existente.
Podemos dar a seguinte resposta: Existem vários tipos, indicados para algumas situações
clínicas e assim, o melhor é aquele mais adequado à necessidade do paciente.

SENSIBILIDADE DENTÁRIA
Essa condição gera dor de dente durante estímulos frios ou quentes na alimentação. Ocorre em consequência da exposição de uma estrutura dentária, a dentina. Recessões gengivais e desgastes dentários são as causas mais comuns dessa sensibilidade. O uso de dentifrícios com substâncias como cloreto de estrôncio e nitrato de potássio diminui a sensação dolorosa. A arginina é um composto recentemente incorporado e que vem mostrando altos índices de resolução clínica.
SANGRAMENTO GENGIVAL
É o primeiro sinal de gengivite e de que há uma deficiência na higiene bucal. Não tratada, pode evoluir para periodontite, que leva à mobilidade e perda de dentes. Algumas substâncias nos dentifrícios, como o triclosan e o citrato de zinco, possuem propriedades antibacterianas e, assim, auxiliam no tratamento dessa condição.

FORMAÇÃO DE CÁLCULO 
O cálculo representa a calcificação da placa bacteriana e as pessoas exibem um padrão de calcificação diferente, de acordo com a constituição da saliva e sua higiene bucal. Para diminuir a formação desses depósitos, podemos usar dentifrícios a base de pirofosfato de sódio ou citrato de zinco.

PREVENÇÃO DE CÁRIE 
A cárie é uma doença multifatorial, na qual  alto consumo de açúcares, higiene bucal inadequada e constituição salivar podem favorecer sua ocorrência. O fluoreto de sódio ou o monofluorfosfato de sódio, presentes na maioria dos dentifrícios, contribuem de maneira significativa para sua redução.



Texto produzido pela Equipe de Trabalho do GEPIS